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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Uma pena...

Na semana passada deixou-nos Pena Branca. Uniu-se a Xavantinho novamente para formar uma dupla que encantará os céus com sua simplicidade.

Essa, aliás, sempre foi a marca de ambos ao longo de suas vidas. Dizem que, certa vez, Pena Branca ligou para um amigo perguntando o que era um tal de Grammy (a dupla acabara de receber uma correspondência informando que havia ganhado o Grammy Latino).

Falar o que a respeito? Pena Branca e Xavantinho representaram uma parte da nossa música que foi sempre tratada com ressalvas pelos críticos de plantão. A música de raiz em Pena Branca e Xavantinho tornou-se também popular. Interpretaram grandes compositores de nossa música caipira e também de nossa música popular. A gravação de "Cio da Terra" é algo simplesmente maravilhoso. Mílton Nascimento e Chico Buarque devem se sentir orgulhosos dessa música que marcou a carreira da dupla.

Como Pena Branca e Xavantinho, muitas outras duplas da música de raiz poderiam estar em evidência. Quando falo de música de raiz, não me refiro apenas à música caipira. Desde as mais simples manifestações de congado e reisado ao samba de Martinho da Vila, à música de Villa-Lobos, entre outras, são o que considero música de raiz. É a música que se confunde com a história e a formação de nossa cultura.

Sei que é mexer em uma caixa de marimbondos falar de gosto musical ou de qualquer gosto estético. Entretanto não deixo aqui crítica a nenhuma opção, não considero comparações de valor. Coloco apenas o que considero interessante. E uso aqui uma referência importante: Pena Branca e Xavantinho.

Uma pena... por que artistas assim não são reconhecidos como deveriam? Uma pergunta, caro leitor, cuja resposta não tenho. Alguém poderia responder para mim?...

3 comentários:

  1. Professor,
    As pessoas estão muito atentas e receptivas ao novo ou ao que vem "de fora", na ânsia de se sentirem inseridas no mundo globalizado. Talvez isso as distancie do que é nosso e até as faça sentir vergonha do que somos e temos, representados nas manifestações culturais, principalmente na música.
    Não que seja errado conhecer ou gostar de outras culturas, outras músicas, devemos, porém, dar atenção especial a nossa própria, aquela que faz parte de nossa história, das nossas origens.

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  2. É isso aí!... Não tenho absolutamente nenhum preconceito em relação a músicas de qualquer origem ou gosto. Na verdade, prestigio a autenticidade e, sobretudo, a capacidade de nos trazer a catarse. Ontem estava na casa de um amigo comemorando seu aniversário e falava exatamente disso.

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  3. Este post é uma bela homenagem a esse herói do cancioneiro popular.

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