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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Sem palavras





Nada publico há meses. Na verdade, não tinha o que dizer. Meu silêncio falava mais, ainda que isso seja um clichê.  Meu momento é de ouvir muito e de falar pouco. É hora de aprender e apreender. Reescrever histórias já contadas e já ouvidas, para encontrar de novo o caminho e não um novo caminho.


Nessa altura da vida, meu GPS já está com a rota traçada. Desviei-me dela por algum tempo, mas, graças a Deus, sei como buscá-la outra vez. Para isso, como diria Drummond (o Carlos), “considero a enorme realidade”.

Nunca me afastei (e nunca vou fazê-lo) do que deveras sou. Não estou taciturno, tampouco meus amigos leais. Na cadência do passo que sigo, percebo o ritmo da música que me embala e desembola a improvável angústia que não consegue vencer minha vontade.

Olho as janela abertas e gostaria que fossem portas. Mesmo assim, sei que posso olhar através delas e se for o caso, saio por elas. As paredes não me prendem, pois estou livre. Liberto, desconheço a prisão e, por isso, não a temo.

Nada publico há meses. Não tenho o que dizer. Mas transcrevo abaixo quem me diz muito, além de deixar-lhes, meu prezado leitor e minha prezada leitora, que vocês ouçam e vejam o vídeo a seguir.




“Sem palavras”

há um bom tempo estou sem palavras
não sei do que falar
nem porque fazê-lo
mas sei que é na feitura das lavras
e no esperançoso semear
é que se quebra o gelo
para colher-se o poema que brota
de onde estava, imaturo,
esperando, na fonte que não se esgota
no lugar mais escuro
que a claridade da inspiração
vai iluminar…


mesmo que o cansaço invada
corpo e mente ansiosos por revelar
ao mundo aquela tímida emoção
sem palavras, o poema não é nada…
nada mais que a simples vontade de falar…
expressar-se na tentativa de recriar
no espaço vazio do papel
a sequência de palavras que dirão
que a vida não é apenas uma ilusão
nem somente realidade cruel
a vida nos ilude e nos seduz
a vida nos fere e nos acaricia…


sem palavras estou há um bom tempo
não consigo encontrar facilmente a rima
nem me prendo à métrica inexata
escreve simplesmente e o poema termina…

 

 

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