Nada publico há meses. Na verdade, não tinha o que dizer. Meu
silêncio falava mais, ainda que isso seja um clichê. Meu momento é de ouvir
muito e de falar pouco. É hora de aprender e apreender. Reescrever histórias já
contadas e já ouvidas, para encontrar de novo o caminho e não um novo
caminho.
Nessa altura da vida, meu GPS já está com a rota traçada.
Desviei-me dela por algum tempo, mas, graças a Deus, sei como buscá-la outra
vez. Para isso, como diria Drummond (o Carlos), “considero a enorme
realidade”.
Nunca me afastei (e nunca vou fazê-lo) do que deveras sou. Não
estou taciturno, tampouco meus amigos leais. Na cadência do passo que sigo,
percebo o ritmo da música que me embala e desembola a improvável angústia que
não consegue vencer minha vontade.
Olho as janela abertas e gostaria que fossem portas. Mesmo
assim, sei que posso olhar através delas e se for o caso, saio por elas. As
paredes não me prendem, pois estou livre. Liberto, desconheço a prisão e, por
isso, não a temo.
Nada publico há meses. Não tenho o que dizer. Mas transcrevo
abaixo quem me diz muito, além de deixar-lhes, meu prezado leitor e minha
prezada leitora, que vocês ouçam e vejam o vídeo a seguir.
“Sem palavras”há um bom tempo estou sem palavrasnão sei do que falarnem porque fazê-lomas sei que é na feitura das lavrase no esperançoso semearé que se quebra o gelopara colher-se o poema que brotade onde estava, imaturo,esperando, na fonte que não se esgotano lugar mais escuroque a claridade da inspiraçãovai iluminar…mesmo que o cansaço invadacorpo e mente ansiosos por revelarao mundo aquela tímida emoçãosem palavras, o poema não é nada…nada mais que a simples vontade de falar…expressar-se na tentativa de recriarno espaço vazio do papela sequência de palavras que dirãoque a vida não é apenas uma ilusãonem somente realidade cruela vida nos ilude e nos seduza vida nos fere e nos acaricia…sem palavras estou há um bom temponão consigo encontrar facilmente a rimanem me prendo à métrica inexataescreve simplesmente e o poema termina…
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