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domingo, 17 de janeiro de 2010

Folia de Reis


Recebi no último dia 03/01/2010 a Folia de Reis em minha casa, para oferecer um almoço, conforme a tradição.

Eu, mais do que ninguém, tenho uma forte ligação com essa manifestação cultural (nasci no dia 6 de janeiro, dedicado aos Reis Magos).
Segundo a revista Superinteressante, da Editora Abril:

“Os magos só são mencionados em apenas um dos quatro evangelhos, o de Mateus. Nos 12 versículos em que trata do assunto, Mateus não especifica o número deles. Sabe-se apenas que eram mais de um, porque a citação está no plural – e não há nenhuma menção de que eram reis. ‘Não há evidência histórica da existência dessas pessoas’, diz André Chevitarese, professor de História Antiga da Universidade Federal do Rio de Janeiro. ‘São personagens criados pelo evangelista Mateus para simbolizar o reconhecimento de Jesus por todos os povos.’

De qualquer forma, a tradição permaneceu viva e foi apenas no século III que eles receberam o título de reis – provavelmente como uma maneira de confirmar a profecia contida no Salmo 72: ‘Todos os reis cairão diante dele’. Cerca de 800 anos depois do nascimento de Jesus, eles ganharam nomes e locais de origem: Melchior, rei da Pérsia; Gaspar, rei da Índia; e Baltazar, rei da Arábia. Em hebreu, esses nomes significavam ‘rei da luz’ (melichior), ‘o branco’ (gathaspa) e ‘senhor dos tesouros’ (bithisarea).

Quem hoje for visitar a catedral de Colônia, na Alemanha, será informado de que ali repousam os restos dos reis magos. De acordo com uma tradição medieval, os magos teriam se reencontrado quase 50 anos depois do primeiro Natal, em Sewa, uma cidade da Turquia, onde viriam a falecer. Mais tarde, seus corpos teriam sido levados para Milão, na Itália, onde permaneceram até o século 12, quando o imperador germânico Frederico dominou a cidade e trasladou as urnas mortuárias para Colônia. ‘Não sei quem está enterrado lá, mas com certeza não são eles’, diz o teólogo Jaldemir Vitório, do Centro de Estudo Superiores da Companhia de Jesus, em Belo Horizonte. ‘Mas isso não diminui a beleza da simbologia do Evangelho de Mateus ao narrar o nascimento de Cristo.’ Afinal, devemos aos magos até a tradição de dar presentes no Natal. No ritual da antiguidade, ouro era o presente para um rei. Incenso, para um religioso. E mirra, para um profeta (a mirra era usada para embalsamar corpos e, simbolicamente, representava a mortalidade).”
 
É interessante observar como essa manifestação apresenta diversidades de acordo com a região, a cidade ou, até mesmo, entre os grupos de uma mesma cidade. Mas pode-se explicar: por ser de tradição oral, passada de pai para filho e assim por diante, as variações são comuns, de acordo com o entendimento que é dado a cada representação. 

O mais importante é perceber que essa tradição, pelo menos na minha cidade de Caetanópolis, terra da cantora Clara Nunes, vem se firmando a cada ano e influenciando jovens a mantê-la, como os brilhantes estudantes universitários de música Otávio e Basílio, irmãos que, desde crianças, estão sempre participando como cantores ou como representantes dos Reis Magos. Vale citar também o trabalho espetacular do Osmar Marimbondo, que mantém viva a tradição do seu pai, o Zé Marimbondo, que tem saúde e disposição até hoje para acompanhar a sua famosa folia.

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