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quarta-feira, 12 de maio de 2010

Sobre o frio nas almas

 

Acabaram-se tantas coisas boas de nossas vidas. Olvidaram-se nas estações que passaram. Foram-se tantas pessoas.

Desapareceram nas curvas do destino. Tantas palavras curvadas de angústia. Tenho meus sacramentos. Leonardo Boff ensinou-me. Supero a dor com o paradoxo da saudade. Já falei dele em outras oportunidades. Minhas frases curtas relatam minha inspiração mínima. Mas preciso dizê-las, expressá-las. Senão me implodem.

Neste momento, faz frio... um frio intenso e inequívoco. Ele não se engana em açoitar-me. Supero a dor com o paradoxo da saudade.

 

 

“Frio”

Meu corpo estremece e vacilo...

que farei agora neste frio?

O vento arranha minha pele

enquanto não percebo o vazio

que há no curral onde me escondo

peço ao cocheiro que atrele

o cavalo imaginário e afio

a lâmina de brilhante cabo redondo

que usarei para fazer o que é preciso

preparo-me então e estendo um sinal

ao corcel que segue firme adiante

penso em quando receberei o aviso

que me libertará desse meu mal

que massacra minha calma como gigante

que sequer percebe que pisou em formiga

não há nada neste momento que eu diga

que possa mudar o rumo do corcel

ele segue adiante sem um guia

sem ninguém com um pouco de alegria

e eu continuo com a lâmina na mão

e o frio cada vez mais fundo...

 

 

homem de gelo

3 comentários:

  1. The EDN,
    As imagens nos seus textos revelam o que lhe vai na alma. São palavras tristes, mas nem por isso menos belas.
    No seu tempo, que não sabemos qual é, sua dor se transformará em algo mais suave chamado saudade.
    Abraços,
    Cida.

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  2. Oi:
    Obrigada por tua visita em meu blog. Fico até meio constrangida e ao mesmo tempo lisonjeada porque tu és um mestre das palavras. Eu sou apenas uma pessoa passional que se preocupa em falar/escrever sem escolher as palavras certas. Tua produção textual é riquíssima e belíssima.
    Um grande abraço:
    Silvia

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  3. Prezada Professora Cida, tenho comigo aquele livrinho do Leonardo Boff de que lhe falei. Estou relendo cada página e preenchendo meu coração com o sacramento da palavra. Está me ajudando muito.

    Prezada Sílvia, fiquei muito feliz pela visita e lisonjeado com os elogios. O elogio ao seu blog foi sincero, pela relevância do mesmo. Meu blog, no entanto, funciona mais como um espaço paradoxal de "introspecção exposta".

    Muitíssimo obrigado a ambas!

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