Sinceramente, esse post é sobre uma reportagem que eu não gostaria de ler. Vejo mais uma vez a fome fazendo estragos na Somália. Lembro-me de um jogador que surgiu no América mineiro que ganhou esse apelido porque era um negro extremamente magro. O apelido do jogador reitera a metáfora cruel atribuída ao nome dessa sofrida nação.
Muitas vezes me deparo com o sofrimento sob várias maneiras. A fome é uma das formas mais cruéis de sofrer. E acima de tudo, a fome é inaceitável. Não há como a humanidade padecer de fome com tanto desperdício por aí. Nada justifica. O capitalismo volta e meia dá sinais de esgotamento, pelo menos da forma como vem sendo praticado pelos governos.
A reportagem, retirada do sítio da revista Época, da editora Globo, retrata a recuperação do bebê Minhaj Gedi Farah. Sua mãe, após muitas dificuldades e sofrimento, chegou a um campo de refugiados no Quênia e sua filha Minhaj acabou sendo fotografada pelas lentes da imprensa internacional, tornando-se uma das faces da fome. Com apenas sete meses de vida, Minhaj tinha apenas 3,2 quilos.
A reportagem traz as fotos da evolução da criança após três meses, graças à ajuda humanitária. A maior vitória da guerreira Minhaj foi a da simples sobrevivência. Embora os campos de refugiados mantidos pela ONU e por diversas ONGs tenham ajudado, eles não representam a solução. O ideal é dar condições aos povos menos favorecidos do mundo de encontrarem condições de se manterem por si mesmos. É uma questão de dignidade.
Entretanto, não há dúvidas de que esse tipo de ajuda é fundamental. A fome não espera... Ela dói... Ela mata...
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“A fome”
A Fome mostra às vezes seu rosto esqueléticoTal qual a Morte, sua irmã...Ninguém pode ignorá-laQuando ela transpassa-nos com sua lança de dorLancinante...Por que é tão cruel a Fome?Não tem piedade de ninguém...Mas ela se supera ao atacar as criançasSugando-lhes, secando suas entranhas inexoravelmente...
Vejo sua cara terrívelEstampada nas capas de jornais e revistasMas também num simples passeio pelas ruasDe muitos lugares deste país...Pergunto-me o que mais pode ser feitoAlém da simples distribuição de bolsas...
A Fome e seu rosto esqueléticoPerseguem-me em meus pesadelosAssombram-me o olharFazem-me lembrar do menino magrelo de outroraQue nunca passou fome, entretanto...Esse menino ainda existe aqui dentroE se irmana com os que sofrem a dorDe não ter o que comer.
Fontes das imagens: Coletadas da Web e editadas por Ernane Duarte Nunes
Meu caro Zé Ernane.
ResponderExcluirMuito oportuno o seu post. Você não imagina o quanto doeu ver as fotos, principalmente quando fui almoçar, fiquei pensando na situação daquela criança.
Os paises ricos precisam encontrar uma forma de ajudar pessoas com aquelas criança.
Caro amigo, realmente é chocante... Não tomei café da manhã hoje, sinceramente. A tristeza fez-me optar por acordar bem cedo e escrever esse post. Quase perdi o ônibus (postei às 06h09min). Tinha urgência de fazê-lo.
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