Horácio Dídimo Ferreira Barbosa Vieira é professor aposentado do Departamento de Literatura da Universidade Federal do Ceará, formado em Direito na UERJ e em Letras na UFC, mestre em Literatura Brasileira pela UFPB e doutor em Literatura Comparada pela UFMG. Membro da Academia Cearense de Letras é autor de muitas obras de poesia, ensaios e de literatura infantil.
Reproduzo abaixo alguns poeminhas dele para "deleitura":
a palavra chave
a palavra chave
já não fecha
nem abre
a palavra amor
muda de cor
a palavra verde
amadurece
a palavra ave
voa no papel
a solução
daqui a cem anos
todos os nossos problemas
nos terão resolvido
As casas
após longa espera
nada aconteceu
as casas continuaram baixas
tão baixas
que muitos de seus habitantes rastejavam
enquanto outros desistiam de antigas reivindicações
As doces meninas de outrora
as doces meninas de outrora
amanheceram
vestiram os vestidos novos
pintaram as unhas de vermelho
por um instante resplandeceram
depois baixaram as cabecinhas louras
e envelheceram como as flores
Triste
triste não é saber que não há
nem que não haverá
triste é saber que nunca houve
e que agora para todo o nunca
choraremos
isso
não sei o que quero
dizer com isso
mas sei que isso
é o que eu quero dizer
identidade
um dia
com a ajuda de Deus
não haverá mais diferença
entre mim e eu
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Horácio Dídimo escreve com fé. Muitas vezes associa seus versos a trechos bíblicos e o faz de maneira aleatória, porém competente e pertinente. Penso em versos que o Enanre Etraud poderia escrever para temos como o que ele aborda e o máximo que consigo são três quadrinhas. Reproduzo-a e finalizo o post:
Enquanto passam os anos de luta
Percebo que ainda busco uma luz
Que encerre em mim a auto-disputa
Pelo que não entendo sobre Jesus
Por que Ele se doou tanto por nós?
A dúvida lateja bem dentro de mim...
Ouço então o sussurro de uma voz
Dizer que esse era mesmo o seu fim.
Ser para todos de esperança um sinal
Sustentada na doação incondicional
Procuremos seguir este modelo bonito
Que nos foi legado por Jesus Cristo...
Que bom você ter retomado o blog!
ResponderExcluirNão adianta tentar fugir da poesia se ela já penetrou nas suas veias. Ela o revela: no amor à cidade, à família, às tradições e também na sua fé.
Bonito isso.
Não conhecia o poeta que você apresentou, mas gostei também.
Abraços.
Que cara porreta esse Horácio Dídimo!
ResponderExcluirOi,
ResponderExcluirVoltei.
Passe lá no meu blog e me conte...
Abraços,
Cida.
Coqueiro, o Horácio Dídimo é mesmo um cabuquim bão! Pesquise na Web sobre ele e verá a qualidade do trabalho que ele faz.
ResponderExcluirProfessora Cida, visitei o blog e gostei muito do novo visual. Mas o melhor são os posts. Obrigado pelo apoio.