domingo, 23 de maio de 2010
Sobre filhos
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Sobre o frio nas almas
Acabaram-se tantas coisas boas de nossas vidas. Olvidaram-se nas estações que passaram. Foram-se tantas pessoas.
Desapareceram nas curvas do destino. Tantas palavras curvadas de angústia. Tenho meus sacramentos. Leonardo Boff ensinou-me. Supero a dor com o paradoxo da saudade. Já falei dele em outras oportunidades. Minhas frases curtas relatam minha inspiração mínima. Mas preciso dizê-las, expressá-las. Senão me implodem.
Neste momento, faz frio... um frio intenso e inequívoco. Ele não se engana em açoitar-me. Supero a dor com o paradoxo da saudade.
“Frio”
Meu corpo estremece e vacilo...
que farei agora neste frio?
O vento arranha minha pele
enquanto não percebo o vazio
que há no curral onde me escondo
peço ao cocheiro que atrele
o cavalo imaginário e afio
a lâmina de brilhante cabo redondo
que usarei para fazer o que é preciso
preparo-me então e estendo um sinal
ao corcel que segue firme adiante
penso em quando receberei o aviso
que me libertará desse meu mal
que massacra minha calma como gigante
que sequer percebe que pisou em formiga
não há nada neste momento que eu diga
que possa mudar o rumo do corcel
ele segue adiante sem um guia
sem ninguém com um pouco de alegria
e eu continuo com a lâmina na mão
e o frio cada vez mais fundo...